Uma cidade é a manifestação derradeira de um conjunto de relações: as relações sociais, promovidas pelo trabalho, pelo tempo livre, pela economia; as relações espaciais, expressas pelas estruturas construídas, pela circulação entre os lugares, pelo habitar, pelas formas de apropriação; as relações culturais, num sentido mais amplo, ao mesmo tempo causa e consequência das infinitas inter-relações, suas sobreposições e desdobramentos.
O modo como esta larga teia é tecida espelha a sociedade que vive e faz a cidade: o espaço urbano resulta da vivência do espaço público, valorizado ou depreciado, conforme a atribuição que lhe é dada. A construção da cidade almejada deve passar, antes de tudo, por um planejamento criterioso que oriente seus muitos componentes em direção a objetivos comuns, os quais podem ser condensados pelas ideias generosas de bem comum e de interesse público.
Uma cidade bela e agradável, dinâmica e justa, com desenvolvimento e qualidade de vida, capaz de retribuir a seus habitantes suas melhores expectativas e seus direitos elementares: este é o sentido superior do planejamento, mesmo porque o conceito de cidade que se pretende afirmar é aquele em que os cidadãos têm ciência de seus direitos e instrumentos para praticá-los. Em síntese, uma cidade republicana por excelência. Esta é a vocação de Piracicaba: uma cidade marcante por sua beleza natural e por sua história grandiosa, e pela capacidade de promover oportunidades, integrar-se social e territorialmente, preservar sua memória e o meio ambiente, praticar uma gestão democrática e participativa.